sábado, 18 de dezembro de 2010

Por estes dias só os loucos vingam, para já são eles os detentores da avidez necessária para conseguir algo mais que sobreviver. A loucura pode ser sã e a felicidade pode ser evidente para quem não possua brejos corações. Nunca aos sãos indivíduos que elevam a loucura ao seu expoente se lhes viu negada a sua estupidez, nunca o sonho se desfez, pois só os estúpidos amam, são felizes, sofrem e querem amar outra vez.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Estou cansado desta pele, de a carregar, de a vestir todos os dias.Vou dar a volta ao mundo, correr e voltar, só para a trocar.
Foi esta a que encontrei, a que adoptei, mas agora sei, alguma costura ficou por fazer porque o meu coração adormece como se soubesse que esta pele que hoje visto, foi de ti que a roubei!
Assim, pus a mão no peito, ocultei a alergia, e imperativamente ouvi gritar:
-"Despe-te!O que era teu, morreu comigo!"

Hoje sei, a pele dos outros não cabe em mim...
Para os outros,
coração frio
é tempestade na boca.
Furacão vazio
e esperança pouca!

Para os outros,
promessas são castigos
ajoelhados de fé.
Dívidas ancoradas no tempo,
de indigentes inábeis
de transformar tormentos
em resistências.

Para os outros,
podemos ser apenas
a esperança que resiste,
o fim mudo que não desiste.

Para os outros,
podemos ser tudo,
mas não seremos nada
se não dermos o corpo às balas.
Para nós, será apenas o risco a correr,
a saudade, o choro e a certeza
deste bem-querer.

Seremos os braços abertos
e o coração na luta.
Seremos o "sim"
desta espera tão útil,
nesta renúncia ao fútil
que seria anunciar o fim.

Assim,
serei hoje o choro,
amanhã saudade e depois a luta.
Um dia serei regresso
e é só isso que te peço:
- Luta por nós!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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GRITO DO "HOMEM-CHÃO"
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Faísca da irreverência de continuar fugindo do que é palpável, certo e derradeiro decidi cair pelo chão incerto e labirintico desse meio mundo a conquistar.
Chão, chão, chão! Ó chão duro e frio atenuado por bunkers de papelão. Bicho cinzento que dorme ao relento nesse beco que evitas olhar. Para vós, eu não sou nada mais que um cancro que a vossa vontade vai ousar gastar. Nada mais que algo a espezinhar, uma indolente criatura, que a inópia se lembrou de inventar. A ferramenta dos cínicos e dos mentirosos, reflexo superior da falta de vergonha e de pudor dos ociosos individuos de fato a quem chamas de senhor.
Pois então, do chão vos exorto que sou dos que pisam mas que resistem, porque por vezes a cama muda e os vizinhos também, mas a minha liberdade não! A liberdade foi feita para ser conquistada e eu só estou aqui porque não fui capaz de conquistar nada. Sou um fruto podre da miséria da condição humana, rebento da sociedade das máquinas e manipulações, das chaminés de fumo e dos insanos corações que batem por tudo e param por nada.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

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ESTA PALAVRA
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Esta palavra, passageira secreta de um sentimento por inventar.Palavra pranha de encanto, desse querer tanto. Esta palavra...cinco letras de magia e outras tantas preenchidas por um travo doce que eu nem sabia que existia.
Arrisquei no tempo em que cada dia era um dia a mais para mim, e para o amor era sempre tarde demais e segui nessa ténue linha em que tentar ainda fazia sentido.
Segui nesse verdadeiro desafio, correndo de mãos dadas com o tempo, pé ante pé, ao ritmo do coração. Parei, fitei o olhar e sorri!
Esta palavra estava repetida ao expoente da loucura. Acelerava a ânsia,despertava um sorriso, mas não acalmava o que cá dentro bate eternamente.Pelo contrário, a cada passo que davas
batia mais forte!
A minha espera terminou, senti no primeiro beijo que estavas ali só porque tinhas que estar, mas no fundo eu era vítima dessa mesma arma. A surpresa não foram os beijos e os corpos entrelaçados,nem as mãos dadas em cantos escondidos.A surpresa foram as palavras!A surpresa foram estas palavras!Estas palavras sussuradas, aquela e outras tantas que ficaram por dizer. As palavras não estão gastas, estão livres. E foi essa incomensurável liberdade que as tentou gastar, porém tudo o que disse não foi só mais um desses discursos já ouvidos, umas palavras fabricadas em série ou um canto de um qualquer poeta meloso. Disse-te o que sentia porque sentia!

O segredo do encontro foi o encontro em segredo e o nosso segredo foi saber guardá-lo.Cada novo capítulo da nossa relação, deixou de ser mais um capítulo, passou a ter bem presente este sentimento cujo nome ainda não foi inventado, mas que certamente se rege pela confiança, pelo respeito e pelo querer bem mais do que o bem-querer.

Esta palavra és TU, menina-mulher, presente e futuro que eu espero calmamente, num destes momentos em que a tarde muda de nome, e eu te escrevo estas palavras.

Esta palavra, murmurada,cantada ou gritada, eu sei que não vou esquecer. Tu és a essência desta palavra: DIANA!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

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PERFECCIONISTA SOZINHO
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Como que num rasgo de confiança extrema que exorta a perseverança de um corpo já morto, escrevo alucinadamente sem pensar em mais nada.Sinto que quem me lê confia nas minhas palavras,sinto que se guiam nos meus actos, que seguem o caminho bravio que eu já ultrapassei.Essas são as palavras, as minhas,as verdadeiras, as desvairadamente pessoais, numa polifonia sinfónica, com significados que jogam às "escondidas",que só eu percebo, e não pretendo que se torne diferente.
Cada momento como este, é um devaneio extremista, em que as mãos escorregam ao pisar cada letra, sem parar um segundo se quer para pensar, para procurar saber se faz sentido todo este maravilhoso mundo de egoísmo da minha escrita.
Escrevo para mim, dando-vos a oportunidade de o ler, de o interpretar, de prosseguir voando, ou rasando o chão por estarem feridos na asa,isto é, por a inteligência diminuta que possuem ter um peso tão grande que não vos permite se quer tirar os pés do chão.Mas voam, afinal vocês voam...E eu acredito, neste meu rasgo de esperança, de esperança louca até vos vejo ludibriar as leis da física e parar lá em cima.Retirem-se as âncoras, soltem-se as amarras, deixem-se levar, andar à deriva, é tão bom divagar.Por vezes acontece-me pôr um pé de fora e não saber se quer se vale a pena voltar.Sim sou um extremista louco, que dá tanta importância ao mais rídiculo,ao mais absurdo pormenor, como à mais fundamentada e concreta teoria que sustenta a razão deste momento ser tão especial.Sou perfeccionista naquilo que gosto de fazer,no que me dá prazer, mas um facto é que os perfeccionistas acabam sozinhos,assim como os sozinhos acabam desleixados;enquanto os muito perfeccionistas acabam com eles próprios,e eles próprios acabam muito desleixados.Para já sou só um perfeccionista sozinho e tu?!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

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Dissertação àcerca da dignidade e dos direitos humanos para o EXAME NACIONAL DE PORTUGUÊS - 639 - 1ª Fase -2007/2008 - COTAÇÃO MÁXIMA (haha)
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A dignidade humana deveria ser a fronteira fechada e inalcançável a insanos indivíduos que ousam pensar que os direitos não são para todos.Todos os dias vemos Homens a remar com as forças que não têm, por um oceano gélido e turbulento, na ânsia quase faminta, de encontrarem o trabalho que procuram, para assim poderem ajudar os que por lá ficaram, os que não tinham força para remar.E nós, ocidentais - ditos povos evoluídos - por cá continuamos egocêntricos orgulhosos, vendados, iludidos com uma paz que não há. E eles, exaustos mas felizes chegam às dezenas às nossas costas, convencidos que poderão mudar as vidas dos seus familiares, numa lição de altruísmo única. Crentes enganados, deportados por governantes por nós votados e esquecidos por povos que se regem pela igualdade de direitos.O que vivemos actualmente é um atentado à responsabilidade individual, ao inócuo sentimento de altruísmo, é o revelar da nossa miséria estrutural.A dignidade é hoje, cada vez mais confundida com orgulho, reflexo também, embora irónicamente, de pseudo-vitórias em guerras de petróleo, onde exércitos de crianças morrem todos os dias por uma causa que não há.Onde estão as pessoas que as defendem?Onde está a dignidade de um povo rico que ataca outro, que se encontra na miséria, com o único objectivo de roubar a única fonte de riqueza lá existente?O facto de ouvirmos todos os dias nos meios de comunicação social desrespeitos aos direitos humanos está a tornar o Homem - ser congenitamente "quente", dotado de sentimentos e emoções - num bicho da Terra frio e sem personalidade.O povo já não chora ao ouvir que morreram mil crianças inocentes.O povo está frio!

João Marques
@expoentedaloucura

domingo, 21 de dezembro de 2008

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HARMONIAS PERVERTIDAS
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Insegurança do meu tempo e de largos tempos mais.
O sentimento seguro,inocente, ausente de interesse simplesmente não existia.O "negócio", se assim lhe quisermos chamar, expandia-se a cada passo de uma caminhada.
Mas eu acreditei! Acreditei porque era o meu tempo de o fazer, acreditei porque era possível e porque havia vontade.
Apareceste para cantares comigo nas ruas em noites bebidas,apareceste para seres o fado que verdadeiramente nunca existiu. Mas foste tu, que devolveste à vontade a esperança, e resgataste do meu corpo a certeza.
A distância fez-nos perceber que faziamos falta um ao outro.E ela confessou-me que estava mesmo a sentir algo por mim.
Cheguei de novo,ao final da tarde à terra prometida, e anseava voltar a ter-te junto de mim. Marcámos um encontro. Dez e meia em minha casa,tinhamos um filme para ver, e muitos abraços para trocar.
Porém, foste actriz de harmonias pervertidas por um suspiro, ou por tantos outros mais. Foste a encarnação da personagem que sempre quis ter.
Depois de tantas palavras trocadas, um beijo correspondido desencadeou uma noite intensa e inesquecível, até ao dia seguinte pelo menos.Fui à varanda nessa noite quente - em tronco nu - depois de teres partido. Sorri ao pensar que finalmente estava seguro do que estava a fazer, era a ti que eu queria.
Quando sentia a segurança no que cá dentro bate eternamente, acordo com uma mensagem a dizer, que não estás preparada para avançar, e que precisava de tempo.
A segurança fez-me acreditar que o tempo resolveria, e dei-lhe todo o tempo do mundo.Mas a resposta de lábios cerrados foi o afastamento.
Como dizia, a insegurança era do meu tempo e de largos tempos mais...


João Filipe Marques
@expoentedaloucura
21/12/2008

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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SEGUI
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Segui, por entre rasgos de mensagens fúteis, pérfidas palavras sem sentido, recheadas de enganos e mentiras.Mas tentei em mais um anunciado engano traduzir o coração em palavras, como quem traduz a alma em fado.
Vasculhei a saudade do dito sentimento e arrisquei a minha sorte numa mensagem curta mas sentida!
Procurei, e eis que no fundo das escadas encontro um sorriso.Estendo-te a mão como quem grita pelo teu beijo.
Guardo o desejo nos olhos, e a alma na voz e sigo no escuro de mais uma madrugada, de alegria cansada e de razão esgotada.
Segui, com a réstia de esperança que o sentimento deposita em mim, investindo tudo no que contigo vivi.Assim, continuei preso entre o sono e o sonho, e ficámos a sós com a noite, de corpos afastados, e de olhares infindavelmente trocados.
Até que a lua deitou a luz em nós, e te sentaste no meu regaço, preenchendo todo aquele incomensurável espaço, que o passado retirou de mim.
E as nossas bocas, ocupadas por aquela insegurança típica de quem se beija pela primeira vez, caminharam leve e subitamente para um final interrompido por um vulto que se avista.

Mas a vontade e o desejo multiplicaram-se, e a mensagem passou a fazer sentido, e todo aquele mistério do eterno coração pareceu tão simples, tudo tem razão agora.Até todo aquele poema antigo, de palavras imaginadas parece premonição de um futuro mais que perfeito.Tudo faz sentido, porque o meu sentido és tu, e eu?só não sei que sentimento é este...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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SEI DA SAUDADE
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Sei de um choro, que nasceu na minha sede,que cresceu na tua ausência e escorregou na saudade.Esse choro caiu. Transparente como a tua presença, na crescente eloquência da tristeza que precede a irreverência da lembrança do nosso último beijo.Choro onde a própria lágrima tem o sabor da vergonha. Sei de um choro, leve, intenso e quente, um choro tão desesperadamente meu.Triste sorte,arguida do drama, que me envolve sempre neste trama insano que é viver na tua alma despida.Mas a culpa é da vontade, porque se eu tiver que correr, não vai ser o vento que me vai travar, e se eu tiver que me libertar, não vai ser a tua prisão que me vai prender!Por isso meu amor, entrega-me os teus lábios e não tenhas ciúmes da saudade que trago, porque esse será um travo amargo que eu vou sempre ter.Deixa-o pra mim, e abraça-te ao sabor da liberdade, à inexorável vontade, e à incontestável verdade que é saberes que o sonho continua!
Sei de um segredo falado nas ruas, de uma canção,de um poema e de uma revolução.Sei de tudo, e só não te entendo a ti!
Por isso volta!Vem ser minha e eu serei teu!Vem amar-me, que eu amar-te-ei!Vem porque o amor não se pede nem se exige.Sente-se e dá-se!
Por isso já me perdi do teu nome,já escrevi o desejo,até já me despedi da incomensurável saudade.Hoje, podes-me chamar por uma ultima vez...TEU!E eu não sei se é o fim que me vem buscar ou se é a alma que me vai levar, só sei que mal parta a saudade, é o futuro que parte!

Por isso, quero e vou sentir saudade, amargurado na treva, reflexo da vida e longe da morte.

sexta-feira, 28 de março de 2008

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A SAUDADE JAZ
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Nasci pra viver,para poder e não querer,para sofrer pela lonjura do nosso afastamento.Pra ser um coração errante,tão grande e tantas vezes amante e tão míseras vezes amado.Nasci para ser a lufada de ar de Norte, para mover-te o destino e mudar-te a sorte.
Substituamos o metaforismo,deixemos de parte os salutares pensamentos melancólicos, vivamos em lugar de pensar, e cantemos em vez de chorar."Pensar incomoda como andar à chuva", mas o facto é que há quem adore andar à chuva.Só Penso e rezo pelos outros,só choro e guerreio pelos outros.Sobrevivo porque há sempre alguém que também pensa,reza, chora e guerreia por mim. E o que era eterno acabou connosco,e a saudade jaz onde o fado jamais se desfaz.Ai coração. Autoritário, salutar, Oh meu coração, meu ser alífero ferido na asa.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Mediocre.

A eloquência do meu gesto é o beijo que nos escapa, a mensagem que faltava, a resposta esperada na afã do agora vulgo sentimento.
O gesto precede as palavras, e as palavras precedem o silêncio de um beijo discreto numa loucura que desmaia à medida que a razão lhe dá sentido.
O gesto exige o ritual, o sim ou o talvez não.A ansiedade cede à presunção, naquela pausa, de quem não sabe como dizer não, ou de quem pensa no talvez e teima em dizer sim.
Talvez um misto de pena e de raiva, talvez até por mediocridade minha, por hesitação ou insegurança não me aproximei de ti o quanto devia, nem te disse o que sentia.
O extremismo da minha política é o reflexo incoerente da pacatez que preciso e a indecisão do teu talvez, não é mais do que a prorrogação do mais que evidente desmoronar da idealizada e falaciosa noção de paz pessoal.
A minha sedição é o respeito pela facção com que me identifico, fixo o ponto, olho, penso muito e às vezes não.E olho só pelo prazer de observar sem pensar em mais nada.
Ouço aquele "soul", aquela voz negra,aquele piano desfalecente, a mensagem de acalmia que precede a tempestade, fecho os olhos, deixo as mãos fluírem e escrevo ao ritmo da minha vida: ora calma demais, ora vivida demasiado intensamente.
Quando me decido a procurar-te deparo-me com aquela pérfida sensação, aquela imundície em que te tornaste, o corpo vendido e a alma despida, ou devo antes dizer ao contrário?!

domingo, 16 de março de 2008

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ANDA MENINA
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Nunca a tinha visto, JURO QUE NÃO!Mas talvez nem a volte a ver.
Do alto da sua elegância lá vinha ela caminhando em passos de cidade,sob o olhar atento de um rapaz que estava sentado de mãos no queixo, pernas cruzadas e ar aborrecido.De cabeça firme, somente os olhos a seguiam, apenas interrompido pelo tempo a suspirar.O cabelo liso parecia deslizar em sopros de vento, os olhos ligeiramente arrebitados nas pontas realçavam a íris mais clara que ele já havia visto.
Quando passa por ele,abranda, e sente-lhe o perfume.Sente-lhe o charme.Desvia o seu olhar envergonhado, e lá estava ela,a sorrir sentada do seu lado e a dar-lhe os bons dias com um poema que nunca mais se esqueceu.Cantava assim "Anda Menina,vem ver o mundo, tão mais pequeno que o meu amor por ti.Vá,anda menina, mergulha bem fundo, na morte assistida da vida que eu vivi.E se cada gesto teu for uma lágrima no teu rosto é porque cada sonho meu é um poema a teu gosto.Ninguém ensina o amor ou o silêncio, quando houver espaço eles vão morar em ti.O medo dizima e aquilo que eu penso enrola-se em ventos que hão-de uivar por aí." Mas numa voz tão doce que a timidez se evaporou e voltou a cara, e daquela boca habitualmente calada surgiu uma resposta à altura.Ainda que atarantado por entre sirenes de cidade, holofotes, fama e glamour estendeu-lhe a mão e disse: "Anda menina!".
Ela receou,mas deu-lhe a mão e foi.Ele seguia para junto da ria e aos poucos aquela polifonia ensurdecedora desmaiava.O único som que os perseguia era o "toc toc" dos saltos dela.Ela perguntava:"Para onde me levas?O que vais fazer?", mas recusava-se a voltar para trás porque a curiosidade a seduzia.
Correu naquele deserto ataráxico, e enquanto ela molhava os pés na água tépida, o coração dele explodia em cada batimento.Havia chegado o dia, a pessoa e o momento que tanto tinha procurado.Trouxe a viola que tinha escondida, sentou-se sem ela dar por isso e soou aquela canção, aqueles blues que ele tinha aprendido com o seu pai.Era definitivamente a canção da sua vida.O cenário ajudava, o céu em forma de fogo fazia prever um momento perfeito. E eis que chega o fim da canção e ela canta apenas o refrão bem no seu ouvido...
O rapaz era eu!A menina?É a que eu procuro...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Alguns dias passaram a rascunhar a folha que tenho diante de mim com palavras,nomes,datas e eis que ao som de uma canção triste surge o que eu tanto ansiava:a vontade!
Debruço-me e escuto este som que me atormenta o coração e me desfaz a alma,mas insisto,insisto em ouvi-lo vezes sem conta,como se o meu mundo se resumisse a uma canção.Poderá uma só canção ser um medley de feelings, um gerador de lágrimas gratuitas e quanto mais alto soar o vinil mais intensidade ter a corrente de mágoa que me atravessa e me toca no fundo?
A melhor maneira de esquecer uma dor forte é magoarmo-nos outra vez,de uma maneira mais suave mas que desperte a nossa atenção para esse acontecimento,concentrando o pensamento e o sentimento numa dor mais pequena.Enquanto doer é sinal que estamos vivos e capazes de sentir e voltar a sentir.O que por momentos parece solução depois de nos magoarmos, é invocar que não se quer sentir mais e logo que surge a vontade, o início de um sentimento,a mais mísera alegria, afastamo-nos, porque achamos que essa alegria vai ter um fim,colocando em acção o nosso pseudo-bloqueador de emoções.
E depois escrevemos com o falso intuito de demonstar a nossa dor,a nossa mágoa, ou mesmo o nosso pensamento.Partimos logo de um príncipio errado porque a dor,a mágoa e os pensamentos não se escrevem.Sentem-se e racionalizam-se.Mas afinal quem deve reinar?O sentimento ou a razão? Os amigos das novelas dirão logo:o sentimento, e os mais calculistas responderão que a razão deve ser o expoente máximo para a realização,ou não, de uma acção.
Pois eu acho que a conjugação das duas na sua proporção correcta torna-nos seres mais próximos do que muitos insistem em chamar de perfeição.Não se pode racionalizar o sentimento,nem sentimentalizar a razão.Temos de saber separá-las e conjugá-las sem as misturar.
Cobardes dos que se escondem com grandes murais de papelão, dos que julgam conseguir fugir desse modo a uma inevitável vontade de sentir.Basta um vento de norte e todo o mural imponente voa,basta uma chuva, uma tempestade e todo esse cerco se desfaz.À minima intempérie derruba-se o castelo e cai o telhado na cabeça.


Porque me apeteceu e porque me faz falta.Não para que entendam,não para que me critiquem,para que fiquem as minhas ideias para sempre!Não quero que as adoptem, quero apenas que respeitem!

sábado, 28 de abril de 2007

Segui como o rio segue o vento, firme em cada passo,mostrando um sorriso que eu faço ao verte aproximar.
Segui com a máquina do tempo a elevar cada segundo ao seu expoente,dizendo-te que se deve fazer o que se sente, perceber o olhar que não mente e viver cada momento pela beleza ímpar que nos proporciona.Agarras-me a mão e sorris, como se tratasse de um pretérito-mais-que-perfeito a impulsionar um Presente ao teu jeito.Doce, simples e único.
Escolhes o lugar, desço a escada, ponho-me em teu lugar, ajudo-te a descer e seguindo faço tudo para acalmar o que cá dentro permanece eternamente,pulando,exigindo sair do seu lugar de sempre.
Ao chegar,a resistência cede à emoção do momento e beijo-te loucamente numa precipitação de certo modo eloquente.A azáfama de sentimentos tinha de ser travada, tu encarregaste de o fazer de um jeito tão doce que nem custa acalmar.Encostada a mim, apercebeste do meu coração a explodir em cada batimento, tento disfarçar com uma desculpa que nem a um cego iria enganar. Que Loucura!Eu nem te conheço e o meu primeiro olá foi um beijo e o meu sorriso interrompido por um abraço.
Por cada palavra, por cada gesto sentido, um beijo que não é mais do que um espelho do que vai na alma no momento.
Contemplamos o que nos rodeia, um casal se avista, como que pequenos vultos que se abraçam e nós?Nós imaginamo-nos no papel deles.
Que devaneio, encostar as cabeças e visionar o ar selvagem e a doce e salutar mensagem que o Sol nos envia em cada raio, em cada nuvem que faz passar.No silêncio apreciamos a divindade dos momentos que o destino nos faz viver e assim, tenho tempo de deitar em teu regaço e imergir nos teus olhos como se fossem os meus.
Caminhando juntos dizemos adeus com a mesma celeridade com que dissemos olá, no fim selamos o primeiro capítulo da nossa história com um beijo, curto mas sentido.
Sem que alguém se apercebesse demos inicio a algo nosso e assim, seguindo de olhar vazio, espero por uma próxima vez,deixando em ti apenas o perfume e a memória de cada momento.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Triste é poder e não ter, é amar e não o ser, é ser livre e não poder voar, é ser tudo e desperdiçar.
Triste é sorrir em frente ao espelho, só por ter a certeza que se é correspondido, é ser louco e tão pouco gozar os beneficios que tem,é dizer o que se não sente e sentir o que se não diz.
Triste!? É partir, é deixar de mim um resto para partir como quem morre um pouco.
Triste é olhar-te um pouco, imaginando o sempre, é guardar de ti o bom e não respeitar o que é diferente.É ter medo de olhar em frente, só por não ver o fim à estrada que caminha.
Triste é escolher o que é facil, o caminho pisado, ao invés do selvagem.Triste é fazer questão de elevar a razão e minorar a loucura.
Triste é escrever para os outros,para que captem o total conteúdo.
Triste é ser objectivo.
Tristes dos tristes que se não queixam!


sábado, 24 de março de 2007

Posted by Picasa
São sonhos cruzados que nunca mais se cruzarão...São sonhos paralelos que se juntam...São palavras soltas que não dizes nem deixas ouvir...palavras roubadas com o silêncio de um gesto que faz o coração voar...São dias que passam, dias que se "perdem" para um final previsivel...São olhares profundos que se namoram e se escondem por trás de um sorriso...São duas mãos que se procuram e não se encontram...Um passado comum que o futuro reserva...São caminhos cruzados que não se cruzam nunca mais...São sensações estranhas que não consigo decifrar,são GRITOS ABAFADOS,lábios que se querem juntar mas que o destino não permite,sãõ beijos perdidos...São Caminhos paralelos que se acabarão por cruzar. Verdades sem rasto, mentiras comprovadas...desejos destruídos, sonhos realizados.
Posted by Picasa
Por entre pulos e loopings estonteantes
De um coração que abraças,
Acredito e entendo que um dia te encantes
Com as mentiras que entrelaças,
em cada retrato que rasgas.
Tens de enfrentar o infinito desfazer de um ser,
e não basta querer,
é preciso ter a coragem para esquecer,
o que amaste ter.
Durante efémeros momentos acreditaste
que somos o que sonhamos ser.
Devias deixar de lançar estes dados viciados,
que te dão sempre a mesma solução,
E voar sobre o mundo,
Derrubar todas as muralhas
e leis matemáticas,
que te prendem a uma e só uma solução.
Sê diferente e questiona tudo e todos,
E implora porquês que ninguém te pode responder.
João Marques
@expoentedaloucura
24/03/2007
Continuo, A olhar em volta. enquanto o Sol se deita e dorme em mim, enquanto os pássaros,juntos,guerreiam nuvens e pedaços de céu. Eu luto, Luto como eles pela única inexorável e incontestável verdade universal.Luto por roubar à tristeza o que me educa, e educar o que me faz feliz! Continuo, olho em volta, enquanto as estrelas brilham, e o sono cai em mim. Adormeço a escrever em verso, em qualquer duna,em qualquer resto de céu. Deixa-me sonhar, é tudo o que te peço, deixa-me fazer o que já não há esperança, o que só um sonho alcança! Acordo,quando o Sol madruga, e espreguiça os seus raios, enquanto ele me olha nos olhos e me chama para brincar! Enquanto ele tenta disfarçar o indisfarçável. Tinha chegado o infinito fim de um sonho que não era o meu, de uma esperança que era de todos!E continua a ser...
João Marques
@expoentedaloucura
24/03/2007

quinta-feira, 22 de março de 2007

Posted by Picasa
Dias e dias a rascunhar em papéis riscados e eis que surge o sentimento,eis que surge a vontade,surgem as palavras.As palavras não servem para mais que para isso mesmo, transmitir relatando o que o Homem sente.Sim, porque ainda há Homens que sentem, e mais que isso, que traduzem o que sentem de forma a que as pessoas se identifiquem mas não percebam a essência de cada palavra que lÊem!!! O que motiva a vontade é o desejo, o desejo motiva-se procurando sentir,lutando,guerreando contra os que nos tentam tirar o desejo e a vontade de alcançar o que se procura. Não,não sou daqueles que dão voltas e voltas na mesma história,eu ou acredito que tem algo de especial, ou simplesmente não dou importância.E sim eu acho que a nossa história tem muito de especial,tanto de especial como de simples, como o sentimento deve e tem de ser!Não pode ter interesses nem tentativas furjadas de ocultar, tentando fugir ao k realmente se sente! "Cadê" as cartas que trocámos? , os poemas que me deste e dizias se tratarem da eventualidade de um dia sentires algo?,cadê as mensagens?,cadê a troca de olhares,cadê? Cobarde,não luta com medo de sofrer.Lutador,sofre até ao fim e no fim ganha ou perde, mas tenta! Sociedade de merda esta em que vivemos,que acredita que algo é especial e não corre de forma unidireccional para o alcançar, não luta com um objectivo univoco,conquistar! Juventude do "gostava que acontecesse mas prefiro não arriscar", juventude do "deixa andar, pode ser que dê,mas é melhor não!",juventude da treta e da conversinha, da troquinha de olhares e das mil e uma formas de engatar,de procurar colar ao seu "iman",tantos mais quantos possivel! Sou diferente e não sou,inocente?talvez...deixo-me levar e no fim "záss"...é sempre assim e eu continuo a acreditar, porquê?
João Marques
@expoentedaloucura
22/03/2007
 

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