sexta-feira, 15 de junho de 2007

Alguns dias passaram a rascunhar a folha que tenho diante de mim com palavras,nomes,datas e eis que ao som de uma canção triste surge o que eu tanto ansiava:a vontade!
Debruço-me e escuto este som que me atormenta o coração e me desfaz a alma,mas insisto,insisto em ouvi-lo vezes sem conta,como se o meu mundo se resumisse a uma canção.Poderá uma só canção ser um medley de feelings, um gerador de lágrimas gratuitas e quanto mais alto soar o vinil mais intensidade ter a corrente de mágoa que me atravessa e me toca no fundo?
A melhor maneira de esquecer uma dor forte é magoarmo-nos outra vez,de uma maneira mais suave mas que desperte a nossa atenção para esse acontecimento,concentrando o pensamento e o sentimento numa dor mais pequena.Enquanto doer é sinal que estamos vivos e capazes de sentir e voltar a sentir.O que por momentos parece solução depois de nos magoarmos, é invocar que não se quer sentir mais e logo que surge a vontade, o início de um sentimento,a mais mísera alegria, afastamo-nos, porque achamos que essa alegria vai ter um fim,colocando em acção o nosso pseudo-bloqueador de emoções.
E depois escrevemos com o falso intuito de demonstar a nossa dor,a nossa mágoa, ou mesmo o nosso pensamento.Partimos logo de um príncipio errado porque a dor,a mágoa e os pensamentos não se escrevem.Sentem-se e racionalizam-se.Mas afinal quem deve reinar?O sentimento ou a razão? Os amigos das novelas dirão logo:o sentimento, e os mais calculistas responderão que a razão deve ser o expoente máximo para a realização,ou não, de uma acção.
Pois eu acho que a conjugação das duas na sua proporção correcta torna-nos seres mais próximos do que muitos insistem em chamar de perfeição.Não se pode racionalizar o sentimento,nem sentimentalizar a razão.Temos de saber separá-las e conjugá-las sem as misturar.
Cobardes dos que se escondem com grandes murais de papelão, dos que julgam conseguir fugir desse modo a uma inevitável vontade de sentir.Basta um vento de norte e todo o mural imponente voa,basta uma chuva, uma tempestade e todo esse cerco se desfaz.À minima intempérie derruba-se o castelo e cai o telhado na cabeça.


Porque me apeteceu e porque me faz falta.Não para que entendam,não para que me critiquem,para que fiquem as minhas ideias para sempre!Não quero que as adoptem, quero apenas que respeitem!
 

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