sábado, 18 de dezembro de 2010

Por estes dias só os loucos vingam, para já são eles os detentores da avidez necessária para conseguir algo mais que sobreviver. A loucura pode ser sã e a felicidade pode ser evidente para quem não possua brejos corações. Nunca aos sãos indivíduos que elevam a loucura ao seu expoente se lhes viu negada a sua estupidez, nunca o sonho se desfez, pois só os estúpidos amam, são felizes, sofrem e querem amar outra vez.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Estou cansado desta pele, de a carregar, de a vestir todos os dias.Vou dar a volta ao mundo, correr e voltar, só para a trocar.
Foi esta a que encontrei, a que adoptei, mas agora sei, alguma costura ficou por fazer porque o meu coração adormece como se soubesse que esta pele que hoje visto, foi de ti que a roubei!
Assim, pus a mão no peito, ocultei a alergia, e imperativamente ouvi gritar:
-"Despe-te!O que era teu, morreu comigo!"

Hoje sei, a pele dos outros não cabe em mim...
Para os outros,
coração frio
é tempestade na boca.
Furacão vazio
e esperança pouca!

Para os outros,
promessas são castigos
ajoelhados de fé.
Dívidas ancoradas no tempo,
de indigentes inábeis
de transformar tormentos
em resistências.

Para os outros,
podemos ser apenas
a esperança que resiste,
o fim mudo que não desiste.

Para os outros,
podemos ser tudo,
mas não seremos nada
se não dermos o corpo às balas.
Para nós, será apenas o risco a correr,
a saudade, o choro e a certeza
deste bem-querer.

Seremos os braços abertos
e o coração na luta.
Seremos o "sim"
desta espera tão útil,
nesta renúncia ao fútil
que seria anunciar o fim.

Assim,
serei hoje o choro,
amanhã saudade e depois a luta.
Um dia serei regresso
e é só isso que te peço:
- Luta por nós!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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GRITO DO "HOMEM-CHÃO"
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Faísca da irreverência de continuar fugindo do que é palpável, certo e derradeiro decidi cair pelo chão incerto e labirintico desse meio mundo a conquistar.
Chão, chão, chão! Ó chão duro e frio atenuado por bunkers de papelão. Bicho cinzento que dorme ao relento nesse beco que evitas olhar. Para vós, eu não sou nada mais que um cancro que a vossa vontade vai ousar gastar. Nada mais que algo a espezinhar, uma indolente criatura, que a inópia se lembrou de inventar. A ferramenta dos cínicos e dos mentirosos, reflexo superior da falta de vergonha e de pudor dos ociosos individuos de fato a quem chamas de senhor.
Pois então, do chão vos exorto que sou dos que pisam mas que resistem, porque por vezes a cama muda e os vizinhos também, mas a minha liberdade não! A liberdade foi feita para ser conquistada e eu só estou aqui porque não fui capaz de conquistar nada. Sou um fruto podre da miséria da condição humana, rebento da sociedade das máquinas e manipulações, das chaminés de fumo e dos insanos corações que batem por tudo e param por nada.
 

Copyright 2010 Limite quando a loucura tende para mais infinito!.

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